
O significado de tudo está no dicionário. Está escrito e é regougado por pessoas de filosofias vãs, como eu. Mas quero a resposta de quem sou, enquanto me pergunto onde fui parar.
Abro e fecho a janela velozmente, tentando capturar a luz e dividi-la em partículas que estampem minha cortina. Insisto em inspirar o ar, já ralo nos meus pulmões pulverizados por vinte cigarros diários. E sinto cheiro de flor...
Das pétalas roxas, da gérbera que um dia foi vermelho-intenso, resta a volúpia de um remorso, como diria Wilde. Remorso de ter escondido, por tanto tempo, aquele quadro desfigurado no sótão da minha cabeça.
Nada de nostalgias específicas, nem sequer melancolias estrategiadas. Busco o equilíbrio, nessa corda-bamba que se apresenta como o hoje. Luto pela sanidade, nesse mundo que persiste no in.
Se fiz certo ou errado não sei. Só sei que foi assim. E que vou pagar pra ver.