quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Certos olhos azuis

Encantadoramente decepcionante
Ardentemente frio
Docemente azedo
È assim que descrevo o amor que sinto
Por aquele par de olhos azuis
Que não consigo implodir no pensamento...
Canso de cansar de gostar e no dia seguinte
Desistir do cansaço
Rio ao lembrar do sorriso
Inexistente naquela face trêmula quando me vê
Choro ao me remeter ao momento em que tive
A infeliz idéia de permitir que aqueles lábios
Tão violentos encostassem os meus...
E me deprimo ao lembrar o quanto eu gostei...
Dói estar só
Mas amar acarreta uma dor maior ainda
Minha cabeça se confunde ao tentar entender
Se sinto orgulho ou pena de mim

E, ao medir na balança do meu coração libriano,
Apenas choro...To you "R"...


Marcelo.

Sentado na Varanda...


Sentado na varanda, enquanto acendia meu terceiro cigarro matinal, vi o dia anterior ao de hoje, o incrivelmente banal ontem...
Ontem foi um dia comum como outro qualquer.Acordei tarde, levantei, comi porcarias ao longo do dia, sempre intercalando com cigarros, ora Marlboro Lights – meu favorito – outrora um mero LM (não desmerecendo a marca!) pela falta dos malditos cinqüenta centavos que às vezes faltam...
O telefone tocou diversas vezes, nem todas a minha procura...o som tocou diversos cds, techno, rock, pop, “Shakira”...Algumas músicas me tocaram fundo, outras não...mero passatempo...Mas o relógio ainda marcava 17:31...por que não 5 e meia?! Não sei...a vida não é nada pontual, ao contrário daqueles filmes de ordem cronológica que tentam retrata-la “fielmente”...Bom...visitas de amigos, risadas (esporádicas)e muito sono...sono sem sono,sabe?!ah como me compreender...nem eu me compreendo sempre!
Volta a fome! Ah q fome...opções?!não...”a” opção:sopa!!!só restavam batatas e cenouras na “frigider” como dizia simpaticamente minha avó paterna.Agora é só pegar trinta centavos, comprar um caldo de legumes na quitanda da esquina e fazer a fabulosa sopa...estava uma delícia!batatas, cenouras...e água, que é de graça! (esquecendo a taxa do Sanep...ou melhor, fingindo que se esquece...).
Segue o dia, cai a noite.Direto mas verossímil.Friozinho no ar, vontade de chocolate e mais cigarro...dá-lhe “carburar”! mas só assim que se agüenta uma rotina que começou no meu ingresso na faculdade e dura até hoje...Quatro anos...o que valem quatro anos?! Uma criança de quatro anos só sabe falar mamãe! Papai! Quelo isso! Quelo aquilio!Dá-dá!Buáááááááááá...e já sabe manipular também...
Geralmente as pessoas procuram ajuda, seja de um profissional ou dos bons e velhos amigos, para esclarecer suas dúvidas, encontrar respostas...Eu só tenho dúvidas.Dúvidas até de “como” encontrar respostas...e quando encontro alguma cabível, choro, rio e penso:bobagem...e continuo nesse vício cíclico, uma roda, como o mundo...
Espelho, espelho meu...existe alguém...aí?!
Mais uma vez não tive resposta! Que merda! Nunca mais tomo esse remédio pro sono...


Madrugada de reflexão...tô cinza...